Março é um mês especial para homens e mulheres.

Engana-se quem pensa que os homens não têm o que comemorar por conta de a data ser destinada mundialmente ao Dia da Mulher. Comemora-se a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e proporcionalmente fidedigna ao respeito às mulheres. Por conta delas, o mundo é mais belo, mais harmônico e claro, bem mais incrível de se viver.

Mas você sabe como e o motivo na época para criação do Dia Nacional da Mulher, ainda nos Estados Unidos da América, na primeira década do último Século?

O lado feminino sempre foi em demasia importante para a nossa sociedade, e foi em 1908, no país Norte-americano onde cerca de 1500 mulheres decidiram fazer uma manifestação em prol da igualdade econômica e política na nação americana. Mais do que simplesmente um manifesto feminista, aquele momento indicou que a luta era por uma pátria mais justa, deixando claro que tanto homens quanto mulheres de classes menos favorecidas deveriam ser incluídos em um plano igualitário aos demais que gozavam de privilégios, assim como extinguir o trabalho infantil, muito comum nas fábricas até então.

A Criação de uma data internacional

Mais tarde, no último ano daquela década, em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas dinamarquesas, ocorrera a criação de uma resolução que instituiria uma data anual para a celebração dos direitos femininos, sendo aprovada por cerca de cem representantes de 17 países. O principal objetivo era enaltecer às lutas das mulheres.

Só mais tarde, em 08 de março de 1917, quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se em um protesto conhecido como “Paz e Pão”, contra o Czar Nicolau II (último Czar russo) por conta das péssimas condições de trabalho, a fome e a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial (sendo conhecia mais tarde como “A grande guerra”) que a data foi instaurada como o Dia Internacional da Mulher, embora só tenha sido oficializada em 1921.

A luta das mulheres no Brasil

Mas não foi somente nos países, hoje desenvolvidos, que as mulheres buscaram igualdade, aqui no Brasil também há relatos de manifestações femininas em prol de melhorias, assim como nos Estados Unidos, nas condições de trabalho e qualidade de vida. Um grande feito desse marco ocorreu entre as décadas de 20 e 30, quando conseguiram o direito ao voto, exatamente no ano de 1932, a partir da Constituição promulgada pelo então Presidente da República, Getúlio Vargas.

Em 1982, cinquenta anos mais tarde após a conquista do direito ao voto, em São Paulo, o grupo feminino passou a manter importante diálogo com o Estado, tendo criado o Conselho Estadual de Condição Feminina. E três anos mais tarde, também em solo paulistano, em 1985, fora instaurada a primeira Delegacia Especializada da Mulher.

Lutas como essas que garantem em nosso tempo respaldo para a defesa de mulheres que, em meio ao Século XXI, continuam sofrendo nas mãos de homens que não compreenderam a importância de cada mulher em uma nação.

Algumas importantes mulheres na história:

• Isabel Alexandra Maria Windsor: Talvez você a conheça simplesmente como Rainha Elizabeth II. Atualmente com 94 anos, é a mais longínqua rainha na história, com incríveis 69 anos de trono. Dentre seus feitos, talvez o mais impactante tenha sido a sua coragem e bravura em fazer parte do Serviço Territorial Auxiliar (atuando na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial). Mais precisamente, Isabel auxiliou as tropas como motorista e mecânica. Outras mulheres também fizeram parte daquele pelotão como operadoras de rápido, artilheiras antiaéreas e nas mesmas funções exercidas pela então princesa.

• Tamara Cheremnova, escritora Russa: Tamara foi diagnosticada ainda na infância com paralisia cerebral. A escritora dedica-se a obras de contos de fada, o que lhe rendeu o apelido de “Contadora de Histórias da Sibéria”. Cheremnova nasceu em 06 de dezembro de 1955, tendo passado a vida adulta em um asilo mental antes dos seus escritos revelarem seu diagnóstico errado.

• Stacey Cunningham: Cunningham tornou-se a primeira mulher a ocupar a liderança total da Bolsa de Valores de Nova York – EUA, sendo a segunda mulher presidente da organização. Em 2018 Stacey foi nomeada como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo, segundo a rede de televisão BBC.

• Maria Quitéria, notável brasileira: Maria viveu entre 1792 e 1853, tendo se tornado uma respeitada combatente, destacando-se no manejo de armas e participando de diversas batalhas integrando as Forças Regulares no Brasil contra as tropas portuguesas que não aceitavam a independência da então Colônia.

• Francisca Edwiges Neves Gonzaga: Conhecia simplesmente como Chiquinha Gonzaga, nasceu no Rio de Janeiro, tendo casado aos 16 anos de idade e, mais tarde abandonado o seu então marido mediante aos maus-tratos sofridos no casamento. Chiquinha foi uma pianista autodidata, que compôs obras que chamaram a atenção de produtores em sua época, tendo estreado em 1884 a opereta “A Corte na Roça”, sendo a primeira maestrina brasileira. Já naquela época Chiquinha demonstrava a força da mulher ao engajar-se na luta contra a escravidão e se recusando a publicar suas partituras sob pseudônimo masculino.

A data é marcada pelo grande simbolismo das lutas femininas por respeito frente a uma sociedade, ainda nos dias de hoje, machista. O dia 08 de março deve ser visto muito mais que apenas um dia para enaltecer o sexo feminino, ele precisa ser levado em conta e entendido por todo o mundo que toda mulher merece respeito. Devemos nos engajar na luta contra as discriminações e violências moral, física e sexuais sofridas por elas.

À todas as mulheres, o nosso mais sincero respeito!

Feliz dia da Mulher!