A relação entre
seres humanos e animais de estimação evoluiu significativamente nas últimas
décadas, e isso tem impactado diretamente o modo como as pessoas escolhem onde
morar. Hoje, os pets são considerados membros da família, e essa mudança de
mentalidade tem impulsionado a demanda por imóveis que ofereçam condições
adequadas para a convivência com os animais. É nesse contexto que surgem os
chamados imóveis “pet friendly” — residências e condomínios planejados para
acomodar não apenas os moradores humanos, mas também seus companheiros de
quatro patas.
Imóveis com
esse perfil apresentam uma série de diferenciais. Desde acabamentos mais
resistentes, como pisos de porcelanato ou vinílico, até ambientes que garantam
segurança, como janelas com telas e varandas protegidas. Em condomínios, as
áreas comuns também se transformaram: muitos já oferecem espaços pet
exclusivos, como parquinhos, áreas de agility (espaços projetados para a
prática de atividades físicas e exercícios com cães, inspiradas no esporte de
mesmo nome) e até mesmo centros de cuidados com banho, tosa e serviços
veterinários. Esses elementos, além de proporcionarem bem-estar aos animais, se
tornaram decisivos para famílias que não abrem mão de incluir seus pets nas
decisões de moradia.
Os dados
reforçam essa tendência. Segundo o IBGE, o Brasil possui mais de 50 milhões de
cães e gatos, e esse número segue crescendo. Essa realidade tem provocado uma
mudança estrutural no setor imobiliário, com construtoras e incorporadoras
adotando o conceito pet friendly como parte do planejamento de novos
empreendimentos. Imóveis adaptados a essa realidade se destacam pela alta
procura, principalmente nas áreas urbanas, onde os espaços para lazer animal
são mais escassos. Assim, a valorização desses imóveis tende a ser superior à
média, tornando-se uma vantagem competitiva para quem investe no segmento.
No mercado de
alto padrão, o conceito vai além do básico. Empreendimentos de luxo
(destacando-se a cidade de São Paulo) já oferecem áreas exclusivas para os
pets, como praças de convivência, estúdios de adestramento e até espaços
gourmet pet. O design de interiores também acompanha essa tendência, integrando
elementos funcionais e estéticos voltados ao conforto dos animais, como
cantinhos específicos para descanso, comedouros embutidos e até armários com
compartimentos próprios para produtos pet. Tudo isso reforça a percepção de que
o cuidado com os animais se tornou uma exigência do consumidor moderno.
Diante desse
cenário, é possível afirmar que os imóveis pet friendly deixaram de ser uma
tendência passageira para se consolidar. Incorporar esse diferencial é, hoje,
uma estratégia inteligente tanto para construtoras e incorporadoras quanto para
investidores e proprietários que buscam valorizar seus imóveis. Afinal, morar
bem, para muitos brasileiros, significa também oferecer qualidade de vida para
seus animais de estimação.
Fonte: Revista Exame,
em 17 de abril